Vencemos, mas convencemos? – Coluna em 3 Cores

O entorno do Maracanã estava com ares diferentes. E não digo isto pelo fato de termos conseguido finalmente quebrar as barreiras dos 30 mil. Ela foi quebrada com facilidade. Mas o ambiente estava diferente. Feliz, cheio de crianças, mas sem festa. Estava consciente da responsabilidade deste jogo.

A Torcida sabia que o Time não poderia decepcionar. A Torcida está doida para Amar imensamente os que estão em campo. Isto porque ama essa camisa. E essa paixão é secular, como diz a música, “desde o berço até o caixão!”

Foi lindo ver o Maracanã ser preenchido em todos os seus lugares da Sul à Leste. E mais bonito ainda ver o uníssono com que entoamos nossas músicas. Eram mais de 46 mil num só cantar.

E foi essa conjunção de almas e “quereres” que me deu a certeza: Vamos Ganhar.

E a vitória veio, não sem antes provocar calafrios absurdos de vermo-nos, perigosamente, com um jogador a mais. Outro absurdo foi saber que uma esdrúxula linha de fio de cabelo anulou mais uma pintura de um Portinari argentino. Uma injustiça e total desconexão da realidade do esporte bretão que é bruto e lindo. O Cano, aproximando-se cada vez mais de um cabeludo Doval, teve outra vez usurpado seu filho em gol: uma pancada com a raiva do amor!

Mas o gol apareceu! Desta vez naquela situação que mais tememos: A Lei do ex: no entanto agora a nosso favor. Quero nem saber, foi linda a pedrada de cabeça daquele zagueiro que sempre quisemos e, com justiça, hoje enverga com garbo nossas cores.

Nossa ave no jogo não apareceu muito além da assistência a Manoel. Mas será que estou sendo injusto, exigindo sempre mais e mais de quem a apenas 6 meses efetivamente começou a jogar no Fluminense? Queremos sempre o máximo, no entanto, primemos pela Justiça! Se não foi brilhante, chamá-lo de opaco seria injusto.

Mais uma vez precisamos falar disso: nosso arqueiro desligou-se do jogo e quase pôs tudo a perder. O que foi aquilo? Está parecendo se tornar uma marca esses lapsos de Alzheimer dentro de campo: Olímpia, Patético de Goiás e agora contra o Azul de Minas. Se isto já está virando uma marca, vamos pensar em voltar a um Moleque de Xerém que foi preterido, mesmo sem culpa.

Mas no final, quando a Justiça foi feita, o Cano cumprimentou a SUL com uma cabeçada certeira. As coisas voltaram ao seu lugar devido. Confesso, não estou convencido, mas estou feliz. Feliz de forma inoxidável, pois sei que o encanto não foi quebrado. O Maracanã voltará a ter a mais linda torcida do mundo em suas rampas, corredores e arquibancadas. O elo de confiança foi criado e, com ele, derrubar barreiras será apenas questão de tempo.

Essa é a Coluna em 3 cores de hoje e

Eu sou o Cronista de dentro da Torcida Tricolor.