Em má fase e atravessando uma maratona de partidas, o Fluminense coloca o elenco à prova no aspecto físico e mental. Com um grupo que conta com jogadores experientes, o Tricolor tenta soluções para espantar a crise, voltar aos trilhos e também à lua de mel com a torcida. O empate com o Unión Santa Fe, ontem (26), complicou a situação na Copa Sul-Americana e se tornou mais um episódio de um momento conturbado pelo qual a equipe das Laranjeiras passa. Novamente, protestos vindos das arquibancadas puderam ser ouvidos, entre vaias e gritos de “time sem vergonha”….
O técnico Abel Braga, por sua vez, rechaça colocar o calendário como um dos culpados, e admite que o time vem criando pouco. Por outro lado, salientou evolução na defesa, que havia sido vazada em três dos últimos quatro jogos — contra o Junior Barranquilla, pela Sul-Americana, Vila Nova, pela Copa do Brasil, e Internacional, pelo Brasileiro. Diante do Unión Santa Fe, o Tricolor chegou ao sexto primeiro tempo consecutivo sem balançar a rede, e voltou a demonstrar falhas na transição — antes um ponto forte — e concepção de chances claras.
“Depois que acabou o Carioca, tivemos uma série sem repouso e de jogos decisivos. As coisas não ocorreram como se esperava, além do desgaste físico tem o mental. Mas isso todos estão passando, botando seis, sete reservas. Às vezes dá certo, como aconteceu com o Palmeiras, ou não dá certo, como aconteceu com o Bragantino. E também não fomos felizes no grupo, que é muito forte. Foi um jogo muito pegado, eles imprimiram um ritmo forte. Nós tentamos também. Vamos tentar ver no próximo jogo o que vamos fazer”, apontou o treinador.
“O que acho que está acontecendo? Não estamos criando bem. O Ganso todo mundo falava, entrou bem na equipe. Hoje entrou o Nathan, e achei muito melhor do que os treinos que ele tem feito, fiquei muito satisfeito. Perdemos o Felipe Melo, tentamos ajeitar com Manoel, que sentiu. Tentamos com o [Luccas] Claro… Vamos continuar. Uma coisa que colocou aqui, em momento nenhum, mesmo não jogando bem, está faltando luta, entrega. Sabemos o sentimento do torcedor. Fui torcedor de arquibancada, tenho que entender perfeitamente como querem ver a equipe. Mas nós queremos também. Não estamos brincando. A razão de ser isso tudo é o torcedor, principalmente em grande clube. Vamos tentar melhorar jogo a jogo, ter alegria. Talvez com uma vitória domingo possa acontecer isso”, completou.
Neste cenário, o Flu tenta explorar não apenas as peças à disposição da comissão técnica como também a experiência do elenco. Com nomes “cascudos”, como o goleiro Fábio e os atacantes Willian Bigode e Fred, o grupo tenta não se abalar e retomar o que vinha apresentando no início da temporada. Felipe Melo, um dos líderes dentre os atletas, se recupera de lesão no joelho direito.
Personagem da virada sobre o Vila Nova, ao fazer o gol da vitória, Fred acabou se tornando “vilão” da igualdade de ontem ao perder um pênalti nos acréscimos. “Cada um vai se conhecendo melhor e vai crescendo nas adversidades. Independente da idade, o futebol não permite que você tenha muitas oportunidades para ter tranquilidade. Temos, sim, momentos difíceis em que precisamos sobressair com um bom rendimento para passar dessa fase difícil. Na pressão dos jogos e na adversidade do dia a dia, cada jogador vai sendo forjado como pessoa e profissional”, disse Fábio.