FAQ: Fluminense pode desistir de vender Luiz Henrique? Houve mais ofertas? Dá para ficar mais tempo?

Veja perguntas e respostas da negociação entre Fluminense e Betis, da Espanha, pela joia tricolor

A notícia da venda encaminhada de Luiz Henrique para o Betis da Espanha, ofuscou até mesmo o jogo do Fluminense com o Boavista no último sábado. O assunto chegou a ser o mais comentado do Brasil no Twitter, e torcedores em sua grande maioria protestaram contra o valor de aproximadamente R$ 70 milhões por 85% dos direitos econômicos da joia tricolor.

Mas afinal, ainda dá para voltar atrás diante da repercussão negativa? Por quê a urgência? Houve mais ofertas, ou só o clube espanhol procurou? É possível o atacante ficar até o fim da Libertadores? O ge montou um FAQ (Frequently Asked Questions, perguntas frequentes em inglês) com perguntas e respostas com o que se sabe até agora sobre a operação.

Fluminense ainda pode voltar atrás e desistir da venda?

Há um movimento de torcidas organizadas nas redes sociais para se reunir em Laranjeiras neste domingo e pressionar para o negócio não acontecer. Porém, a venda é iminente. Já há um pré-acordo entre as partes, e Luiz Henrique, inclusive, já passou por exames médicos, realizados no Rio de Janeiro, por profissionais enviados pelo Betis. A própria resposta de Abel Braga, ao ser questionado sobre o atacante em entrevista coletiva, já indica que o técnico está conformado em perder a joia.

Qual é o valor da venda fixa?

A quantia fixa gira em torno de € 9 milhões de euros (cerca de R$ 50 milhões na cotação atual), como informado pelo jornalista Gabriel Amaral no canal “Raiz Tricolor”, no YouTube. Mas o restante em bônus, que pode elevar a quantia para € 13 milhões de euros (aproximadamente R$ 70 milhões), é considerado “bem factível” pela diretoria, que inclusive trabalha internamente com o valor total.

Os bônus são pelo Fluminense ou pelo Betis?

Diferentemente de João Pedro, que teve muitos bônus no Fluminense antes de ir para o Watford, da Inglaterra, serão todos pelo Betis. A Fifa não permite mais bônus pelo clube de origem.

Atacante tira fotos com garotos no CT do Fluminense — Foto: Marina Garcia / Fluminense FC

Atacante tira fotos com garotos no CT do Fluminense — Foto: Marina Garcia / Fluminense FC

Luiz Henrique vai entrar no top 5 das maiores vendas do clube?

Se atingir o valor total da negociação, Luiz Henrique será a segunda maior venda da história do clube só atrás de Gerson, vendido para a Roma, da Itália, por € 17 milhões de euros em 2015 (cerca de R$ 64 milhões na cotação da época) – o Fluminense levou 70% do valor. Mas lembrando que Kayky, que foi negociado com o Manchester City, da Inglaterra, por € 10 milhões de euros fixos (R$ 55 milhões), ainda pode render mais € 16 milhões de euros (R$ 88 milhões) se atingir todas as cláusulas contratuais.

Até quando Luiz Henrique ficará no Fluminense?

A princípio só até julho, quando reabre a janela de transferências internacionais na Espanha. Se o Fluminense avançar para a fase de grupos da Libertadores e depois passar para as fases mata-mata – as oitavas de final, por exemplo serão nas semanas dos dias 29 de junho e 6 de julho -, o clube vai tentar negociar com o Betis para que o atacante fique até o fim da competição e tenha uma valorização ainda maior. Porém, internamente sabe-se que seria algo improvável.

Por que a urgência para vender alguém?

O fato de ter melado as vendas de Nino para o Tigres, do México, e de Gabriel Teixeira para o Al Wasl, dos Emirados Árabes, deixou o Fluminense em uma situação financeira delicada. Os salários de fevereiro de jogadores e funcionários, por exemplo, que venceram na última segunda-feira, e a segunda parcela do 13º estão atrasados. Pelo orçamento, o clube tem como meta na temporada conseguir entre R$ 90 e R$ 100 milhões em transferências e ainda necessitará vender mais um ou dois jogadores na janela de meio de ano para não comprometer o caixa, com a previsão de pagamentos de dívidas e o aumento do investimento no futebol, com a folha de aproximadamente R$ 6 milhões.

Outros clubes fizeram propostas?

Não. Clubes da Alemanha e da Holanda chegaram a fazer consultas ao estafe do atacante, mas a única proposta oficial que o Fluminense recebeu, desde que ele subiu para o profissional em 2020, foi essa do Betis. Na base é que Luiz Henrique chegou a ter uma oferta de € 1,5 milhão de euros (na cotação atual, daria perto de R$ 8 milhões) de um grupo de empresários em Portugal. Com o sonho de ir para a Europa, jogador e seu estafe tinham preferência por Espanha ou Portugal, por conta da língua.

O golaço contra o Olimpia fez o Betis se apressar?

Não, a negociação já vinha rolando desde a última janela, quando o Fluminense chegou a recusar uma primeira proposta. Mas as conversas continuaram, e os espanhóis subiram a oferta nas últimas semanas. O acordo foi encaminhado antes mesmo do jogo contra o Olimpia na Pré-Libertadores.

Haverá reposição para a saída de Luiz Henrique?

Inicialmente não, já que o Fluminense ainda enfrenta dificuldades financeiras. A saída de Luiz Henrique no meio do ano pode abrir espaço para Arias no time titular, apesar de jogarem em lados opostos. Caio Paulista, que viveu seu melhor momento no clube como ponta-direita na temporada passada, também surgiria como opção para o setor.

Acordo foi costurado antes do golaço de Luiz Henrique contra o Olimpia — Foto: André Durão
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andre.luiz
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