Entrevista coletiva do Martinelli – Elogiado por Abel, Martinelli revive vocação ofensiva e vira nova pulga na orelha do técnico no Fluminense

Destaque contra o Millonarios, volante tenta recuperar protagonismo de 2020 e elogia esquema: “Acaba dando mais liberdade para a gente ali de meio para se soltar mais um pouco no ataque”

Fábio pegou pênalti em momento crucial, Cano fez o gol decisivo, David Braz foi eleito o melhor em campo… Mas um outro nome teve grande destaque na vitória do Fluminense por 2 a 1 sobre o Millonarios na última terça-feira, na Colômbia, pelo jogo de ida da Pré-Libertadores: Martinelli. O volante foi o mais elogiado por Abel Braga na coletiva de imprensa após a partida e virou mais uma “pulga atrás da orelha” do técnico tricolor.

Martinelli é um dos únicos jogadores do elenco, ao lado de Cano e Yago, a jogarem todas as nove partidas do time até aqui na temporada. Contra o Millonarios, ele entrou no segundo tempo e foi providencial. Com apenas dois minutos em campo, deu linda bola nas costas da zaga para Luiz Henrique servir Cano para virar o jogo. E depois, em outro passe na medida, ainda deixou Luiz Henrique cara a cara com o goleiro, mas o atacante tentou por cobertura e errou o alvo.

O volante parece estar retomando uma vocação ofensiva que sempre tinha na base e o fez viver o seu melhor momento no profissional na reta final de 2020. Sob o comando de Odair Hellmann e Marcão, o jovem, na época com apenas 19 anos, disputou 13 jogos e marcou três gols naquele fim de temporada. Em entrevista coletiva por videoconferência na tarde desta sexta-feira, Martinelli disse acreditar que o atual esquema tático de Abel dá aos homens de meio mais liberdade para atacar:

– Acho que esse esquema ajuda todo mundo, a gente está se adequando, se sentindo confortável, então acaba dando mais liberdade para a gente ali do meio campo para se soltar mais um pouco no ataque. Fui feliz quando entrei, consegui achar os passes, isso acho que é fruto do trabalho de todo grupo, que vem treinando muito forte. A gente sabe que tem uma equipe muito qualificada hoje, então quem entrar em campo vai corresponder à altura, e quem ganha é o Fluminense.

“André fez gol, Nonato fez gol, então isso está refletindo bem. Acho que a gente tem, sim, um pouco mais de liberdade e consegue agredir e chegar mais no ataque”

Experiência de Abel e jogadores veteranos

– Para a gente que é mais novo, isso é muito importante. Quanto ao treinador, o Abel, multicampeão, passa muita confiança, ensina muito. Sobre os jogadores que chegaram, Felipe (Melo) e Willian (Bigode) vêm de duas Libertadores, então isso cria casca para o grupo, para a gente que é mais novo na competição, independentemente da competição. Estamos ganhando muita confiança, eles vêm nos ajudando passando informações, dando dicas. Então temos tudo para fazer um grande ano. Com essa experiência e com essa juventude, tem muitas coisas boas pela frente.

Jogo contra o Vasco

– Quando se trata de um clássico, é muito importante, independentemente da situação no momento, então a gente está levando esse clássico de amanhã com muita dedicação. Independentemente da equipe que entrar em campo, a gente vai entrar para ganhar, lutar pelos três pontos. É muito importante terminar essa fase da Taça Guanabara em primeiro, porque acaba levando vantagem dos empates depois. A gente vê que os quatro grandes estão ali nas primeiras posições, então acho que quem terminar em primeiro vai conseguir uma bela vantagem. Então vemos isso como muito importante, vamos buscar os três pontos amanhã, que são fundamentais.

Retrospecto em clássicos

– A gente sabe que é muito importante, fez dois clássicos esse ano e saiu com a vitória. Prezamos muito o clássico. A torcida pode ter certeza que não vai faltar empenho, a gente vai entrar com muita dedicação para buscar esses três pontos, seguir líder e buscar essa Taça Guanabara.

Posição onde melhor rende?

– Na base, sempre joguei de camisa 8, entre o primeiro e o homem mais avançado. Então é uma posição que me sinto muito confortável, como um segundo volante, um segundo homem de meio, mas eu me sinto completo para fazer o primeiro, o segundo ou o mais avançado, estou ali para ajudar o Fluminense, o professor. No decorrer do jogo, quando entrei ali contra o Millonarios, eu vi que tinha um espaço, porque eles perderam um homem de meio, então entrei um pouco mais avançado e fui feliz. Essa questão de onde atuar eu deixo para o professor decidir, porque me sinto confortável nas duas. Mas por ter jogado mais tempo de 8, acho que tenho mais facilidade de sair nesse papel.

Conversa com Abel antes de entrar

– O Abel me chamou, disse para eu dar dinâmica no jogo, passes para frente, porque a gente estava com três homens de meio e tinha o Arias ainda. Na hora que entrei, falei com o Paulo (Henrique Ganso) e com André, que falou: “Fica você com o Paulo, que eu fico mais recuado, como a gente tem um homem a mais”. Acho que foi fundamental, porque acabou encontrando os espaços. Encaixamos bem e conseguimos ser verticais e agredir o adversário.

Diálogo em campo com os volantes?

– Depende do jogo, do contexto… Naquele jogo a gente tinha um homem a mais, quando entrei tinha o Paulo (Henrique Ganso), o André e o Arias, que consegue fazer essa função de meio também, mas ele caiu um pouco para a ponta, e eu entrei no meio. A gente viu que eles estavam marcando com dois jogadores e alinhou isso. Acho que deu muito certo. Eu entrei como um meia mais avançado, e com dois meias a gente criou superioridade, achou os espaço, foi quando começou a agredir e definiu a partida. O professor também falou isso antes de entrar, que eles tinham dois homens de meio, então conseguimos a virada sobre o Millonarios, que foi um grande resultado, apesar das adversidades, que é a altitude e um time muito cascudo nessa competição.

Sentiu os efeitos da altitude?

– É uma questão difícil, porque entrei nos minutos finais, joguei uns 15 ou 20 minutos. No fim do jogo eu estava com dificuldade de respirar, então imagina os companheiros que jogaram mais? Era uma questão que sabia que ia ter que se adequar, mas a gente soube jogar o jogo, nós temos uma equipe muito madura. Os experientes falaram: vamos com calma, dosa porque vai ser f*. A gente conseguiu adequar bem isso.

 

Matéria publicada pelo Ge.com

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andre.luiz
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3 comentários

  1. Provou que pode ser o meia que quebra a ultima linha defensiva com passe em profundidade. Grande jogador que caiu de produção em 2021 e parece estar voltando a fase de 2020.
    Mais uma bola dentro do “ultrapassado, só que não!! ” Abel Braga

  2. Espero que o mosquito da DEZgue tenha picado o Mar(rio)tinelli e ele se torne o meia de criação do qual tanto carecemos.

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