COLUNA – O Ano era 2008, desde 1985 o Fluminense não disputava a Libertadores.

Por Carlos Gouté

Em 1985 eu era um moleque de 8 para 9 anos, estive no Maracanã com meu pai na final do Campeonato Carioca e tenho em mente até hoje o Gol de Paulinho de falta, estávamos atras do Gol, é minha primeira grande recordação de um jogo in loco no estádio. Da Libertadores desse ano, não me lembro de quase nada, salvo por ouvir também com meu pai um jogo na Radio Globo contra o Vasco da Gama que terminou empatado em 3×3. 

Portanto 2008 foi minha primeira libertadores. Fui a quase todos os jogos no Maracanã, digo quase todos, pois o da finalíssima eu não consegui ingresso e não tinha dinheiro para comprar o preço absurdo que os cambistas pediam, vi pela televisão, não dormi aquela noite. 

Mas eu procuro lembrar dos momentos mágicos vividos, pois se futebol é emoção, aquela libertadores foi emoção pura do inicio ao fim.  

Uma estreia onde seria o palco do primeiro jogo da final contra a LDU e um sufoco danado, mas o time que ainda não tinha a alcunha de guerreiros, demonstrou ali já ser, pois segurou um 0 x 0 importante. Depois fomos atropelando na fase de grupos com direito a um dos mais belos gols que vi de dentro do estádio de futebol. Lançamento de Thiago Neves, Sem pulo de Dodo, bola no Ângulo, era o 4° gol contra o Arsenal de Sarandi, ainda faríamos mais 2. 

Veio as oitavas e passamos sem sustos, vitória na Colômbia e no RJ com gol de Cabeça de Roger Machado, o herói da Copa do Brasil do ano anterior. E ai os anti, os secadores, falavam: “ Já foram longe de mais, do São Paulo vocês não passam, vocês não tem tradição e nem história na libertadores”, ah! O Futebol… Que magico. Mal sabiam que iriamos escrever uma grande história, logico que trocaria o final dessa história, mas como diria nosso atual treinador: “ Foi lindo”. Volto a repetir futebol é emoção, e as maiores emoções que eu vivi dentro do estádio foram a final do carioca de 1985 citada acima, o titulo Carioca de 1995 com o único gol da história que tem nome e sobrenome e um jogo que não valia taça, mas valeu como se fora uma. Thiago Neves na cabeça do Coração Valente, ultimo lance do jogo e o Brasil inteiro, a América do Sul inteira Incrédulos… 3×1, classificação contra o que viria a ser tricampeão Brasileiro, depois fizemos o que nenhum Brasileiro desde á época do Santos de Pelé fizera, eliminamos o temido Boca, que tinha um timaço, e a derrota para a altitude e para um infeliz arbitro de futebol, me perdoe a LDU, mas vocês não foram merecedores daquela taça. Fizemos a mais emocionante e bela campanha e foi o que sobrou como “ premio de consolação”. 

Depois ficamos mal acostumados, participamos em 2011, 2012 e 2013, bem em sequencia, mas infelizmente ficamos novamente pelo caminho e sem muito brilho.  

Passa um hiato e chega 2021, não tínhamos a menor chance. Acho que somente os tricolores acreditavam que seria possível, devido a sequencia de adversários. Podíamos passar pelo Barcelona e na semi – final eram eles que respeitam a gente, afinal sabem que somos superiores, basta pegar a história do futebol. Mas sejamos realistas? Não tínhamos elenco, nem treinador, nem tática, éramos um bando de jogadores distribuídos em campo. 

Agora falta menos de 1 semana, esse ano mais difícil, temos 2 fases e 4 duelos para chegar até a fase de grupos, mas temos um elenco homogêneo, um treinador multi campeão, convicto ou teimoso não importa, só não coloque a pecha de ultrapassado, Abel Braga é um estudioso do futebol.  

O ano começa dia 22 de fevereiro, merecemos esse titulo, ele é nosso por direito desde 2008, só falta a taça em nossa belíssima sala de troféus. Desde 2008 que não tenho tanto fé e certeza de que ela virá, EU ACREDITO. 

Sobre o jogo de ontem: Bola no Bigode que rola para Luiz Henrique, esse deixa de calcanhar para André que bate colocado no canto do goleiro, Fluminense 1 x 0 Nova Iguaçu, depois disso quem se importa? O importante está por começar.  

Saudações Tricolores. 

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andre.luiz
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2 comentários

  1. Show de coluna Carlão! Eu estava lá, quando Paulinho bateu no mesmo canto em que o goleiro estava, antevendo que ele se deslocará! Eu estava lá, quando o Moldávia jogou com as mãos na cabeça do David Duarte que tocou para o chute médio do Pqp é o melhor volante do Brasil.

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