Depois daquela desastrosa final de Taça Guanabara, relatada na Parte I dessas memórias, o Fluminense, mesmo tropeçando em algumas partidas, começa a chamar a atenção da mídia, devido à sua forma de jogar. Mas com a escassez de vitórias, a torcida que antes havia comprado a ideia de jogo, passa a temer por uma situação pior. Porém, olhando alguns jogos chaves, você percebe a falta de sorte que rondou o trabalho de Diniz.
No retrospecto, podemos começar nas Semi-finais do Carioca de 2019, quando íamos garantido a final na decisão com o empate de 1×1 contra o Flamengo. Em uma jogada morta na linha de fundo, Léo Santos chega todo atabalhoado e comete pênalti, fazendo com quem o Flamengo assumisse a liderança no placar e consequentemente a classificação. Em uma fração de minutos, o Fluminense desperdiçou sua ida à final do Carioca, com um possível primeiro título do Diniz.
E sobre o Brasileiro? Fluminense foi afundando no Z-4! Correto! Mas em diversas situações, arbitragens medonhas e gols desperdiçados fizeram com que perdêssemos jogos, atrapalhando o trabalho do Diniz.
Fluminense 0x1 Goiás: Estreia do Brasileirão. Logo no primeiro tempo, pênalti para o Fluminense, Luciano vai para a cobrança e…. acaba a luz! O jogo ficou paralisado por quase 10 minutos. Jogadores ficaram brincando de altinha e bobinho. Quando os refletores voltaram a operar, Luciano, já com o sangue congelado, bate muito mal e o goleiro defende.
Mas o lance crucial acontecera antes. Com o jogo ainda 0x0, Everaldo marca um bonito gol, mas que foi erroneamente anulado pelo VAR. O time se perde e sofre um gol já no final da partida. O VAR fora fundamental no resultado desta partida. Tivesse ele deixado o gol validado, provavelmente o Fluminense conseguiria o 1×0 e começaria com menos pressão o restante da competição.
Fluminense 0x1 CSA – Esse jogo foi emblemático, era um adversário direto no confronto contra o Z-4 e precisávamos demais dessa vitória. Os números mostraram um massacre. O Fluminense teve mais que o triplo de finalizações e o dobro de posse de bola. O resultado, no entanto, mais uma vez, teimou contradizer as estatísticas.
Falando sobre o jogo, Yoni Gonzales, João Pedro e Cia desperdiçaram diversas oportunidades. Mas o que me chamou a atenção foi o lance que gerou a mexida no placar. Ganso recebe a bola dentro da grande área e é desarmado, o CSA encaixa o contra ataque e consegue abrir o placar. No entanto Ganso sofrera uma falta flagrante no lance que originou o gol do time Alagoano. Ou seja, o pênalti deveria ter sido marcado e anulada a jogada que seguira em gol deles. Isso aconteceu? Não. Mas a pressão nas Laranjeiras era tanta, que o lance passou despercebido, exceto na transmissão da TV, que comentou no replay do lance.
Esse jogo marcou o fim da Era Diniz no Fluminense. Seu trabalho vinha sendo fortemente questionado pelo Vice Presidente da época Celso Barros, que em uma entrevista coletiva, colocou mais lenha na fogueira. Disse: “Futebol é resultado, não adianta jogar bonito e não vencer”. Essa declaração caiu feito uma bomba no Grupo de jogadores, pois eles entendiam que os fracassos não eram culpa do treinador, mas sim deles mesmos.
Porém o trabalho do Diniz não foi situado apenas ao campo, o Fluminense teve diversos problemas financeiros durante o ano, chegando a ficar 3 meses sem pagar salários e outras obrigações, como direito de imagem, com 7 meses de atraso.
Atletas que trabalhavam em 2018 ainda não haviam recebido sequer valores relativos ao 13º, férias e premiações. Um verdadeiro caos! Por isso, havia provocações de nossos rivais vermelhos e pretos afirmando: Nas Laranjeiras o mês tinha 90 dias.
Atrelado a isso, Diniz perdeu jogadores-chave durante a sua estadia no Fluminense. Ibanez, que era seu titular na zaga, foi vendido para a Atalanta da Itália. Pedro iniciou uma pequena crise ao implorar sua transferência ao Flamengo. Com a negativa do Fluminense, acabou tendo que ser vendido à Fiorentina da Itália. Everaldo e Luciano, que eram titulares no ataque, pediram para sair antes que completassem 7 jogos no Brasileiro. O primeiro foi vendido ao Corinthians e o segundo ao Grêmio.
Sendo assim, Diniz, com apenas 7 meses de trabalho, teve diversas dificuldades para montar o seu time. E as bombas, ao invés de serem desarmadas, estavam cada dia mais e mais poderosas!
Esse texto não é apenas para justificar o trabalho de Diniz, dizendo que ele foi injustiçado em sua primeira passagem ao Fluminense. Muito pelo contrário, acredito que o mesmo tenha as suas parcelas de culpa nas derrotas. Mas é importante mostrar os percalços desta caminhada, buscando uma análise justa.
Mas você pensa que acabou? Pensou errado. A parte 3 já está no forno, com curiosidades de sua passagem no nosso tricolor e um resumão sobre a trajetória de Diniz por aí.
Texto escrito por: Rodrigo Erthal “O jogador”
Revisão por: Fernando Barcellos “O Cronista”
Aguardo ansioso o final da Trilogia… ou terá ainda outros capítulos???
Jogador e sua memória prodigiosa! Aquela época foi mesmo tenebrosa… a Zika era inacreditável…
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