COLUNA – Desmistificando a Era Diniz 2019 – Parte I

MINHAS MEMÓRIAS TRICOLOR
Desmistificando a Era Diniz 2019 – Parte I

No momento que escrevo essas minhas memórias, termino de rever a entrevista de apresentação do técnico Fernando Diniz no nosso gigantesco Fluminense.

Primeiro preciso informar o quanto fiquei eletrizado com as suas palavras, parecia realmente estar feliz por sentar ali novamente na condição de treinador tricolor. Eu vi vontades e verdades em suas palavras. “Sem pilha”, aquela energia que o mesmo transpareceu na coletiva, renovou as minhas baterias e, dali em diante, estava energizado como torcedor.

Mas nem tudo são flores. Espantou-me, no decorrer da entrevista, a série de comentários negativos e maldosos, oriundos de nossos torcedores. Como pode seu próprio torcedor debochar de seu clube?

Indignado com algumas mensagens, passei a me questionar se em 2019 tudo havia sido culpa do Diniz ou se estávamos sendo injustos com ele ao colocá-lo no pódio dos problemas.

Para começarmos a falar de Diniz, preciso rapidamente resumir como estava o clube nos anos entre 2016-2018: Atolado em dívidas e administrações confusas, o Fluminense colecionava vexames.

Em 2016 chegou a ficar 10 jogos sem vencer. Já em 2017, uma grave crise financeira fez com que jogadores ficassem mais de 3 meses sem receber e o clube lutou até o final contra o rebaixamento que já parecia uma certeza. Em 2018 o clube chegou a ficar 8 jogos sem marcar um mísero gol e teve chance real de cair até a última rodada.

Esses vexames marcaram o torcedor e fizeram com que jogadores pedissem para sair do clube. Muitos outros rejeitavam em rede nacional a possibilidade de vir para o Tricolor. Ou seja, podíamos ver o péssimo ambiente que rondava o clube na chegada do Diniz.

Fernando Diniz é anunciado no dia 19 de dezembro de 2018, com um elenco fragilizado com saídas de diversos jogadores. Suas primeiras palavras foram reveladoras sobre a temporada que viria: “Para jogar no Fluminense tem que escolher a dedo. Tem pressão e menos recursos financeiros, então temos que conseguir achar com um olhar bastante crítico para acertar nas contratações.” E de fato, as contratações vieram bastante com o dedo do técnico e o Fluminense teve que trazer diversos jogadores desconhecidos para completar o seu elenco.

Para termos noção, o nome de maior impacto que veio para o nosso tricolor no inicio da temporada foi o de Bruno Silva. Com ele também vieram Rodolfo, Ezequiel, Yoni Gonzalez e Matheus Ferraz. Eles se juntaram à base que tínhamos: Luciano, Everaldo, Digão, Ibanez e Pedro.

No decorrer do primeiro semestre, o Fluminense foi montando o seu elenco, quando então chegaram: Allan, Nino, Caio Henrique, Nenê e Ganso. De uma forma geral, o Fluminense foi o clube que mais contratou na serie A, com um total de 21 contratações. Isso acabou fazendo com que o time sofresse muitas transformações, dificultando mais ainda o trabalho de Diniz, que durante a temporada, sofreu para encontrar o seu time.

Falando sobre os resultados, o Fluminense começou bem o Carioca. Seu auge foi atingido na vitória de 1×0 em cima do Flamengo, com um gol de Luciano no finalzinho de Luciano.

Garantíramos assim a final contra o Vasco.

Mas para falarmos dessa final, precisamos relembrar tudo que aconteceu fora de campo.

Uma disputa pelo setor Sul entre ambos, fizeram que na madrugada que antecedera ao jogo, o TJ determinasse que a final fosse disputada com portões fechados. O clima de ódio tomou conta, fazendo com que o futebol ficasse em 2º.plano.

Mesmo com tudo isso, a torcida vascaína compareceu em peso no Maracanã, causando um enorme tumulto nas suas imediações. A situação se agravara e a PM, autorizada por uma liminar expedida, abriu os portões do estádio, permitindo a entrada gratuita dos vascaínos.

Paralelamente, do outro lado do Maracanã, era esperado que fosse feito o mesmo com a torcida do Fluminense. Ledo engano. Do nosso lado foi exigido o ingresso e muitos tricolores não puderam entrar. Em outras palavras, praticamente apenas a torcida do Vasco entrou.

Falando sobre o jogo, o dominamos inteiramente, com chances incríveis sendo desperdiçadas, o Vasco que até então não havia chutado ao gol, cruza uma bola dentro da área na reta final da partida e a mesma acaba entrando, sem encostar em ninguém. Com o maracanã lotado de vascaínos, tudo fluiu a favor deles. Em um confronto como um todo, o futebol foi esquecido, com todo esse caos montado. Talvez se houvesse o mínimo de civilidade entre dirigentes e foco no campo, o resultado poderia ser diferente.

E então veio o Campeonato Brasileiro…mas aí ficará para a Parte II desta retrospectiva.

Texto escrito por: Rodrigo Erthal “O jogador”
Revisão por: Fernando Barcellos “O Cronista”

Fontes: Minhas memorias, Google Partidas, Globo Esporte e Uol

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andre.luiz
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