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Ídolo no Independiente Medellín e artilheiro por Fluminense e Vasco, atacante não conseguiu se provar atuando por clubes argentinos. Diante do Unión (ARG), pela Copa Sul-Americana, tem a chance de deixar uma boa impressão perto de seus conterrâneos
Por Marcello Neves — Jornal O Globo
Germán Cano brilha, faz dois golaços, e Fluminense vence o Athlético Paranaense por 2 a 1 — Foto: Marcelo Gonçalves
É bem provável que Cano não seja alvo de tietagem ou pedido de autógrafos quando cruzar a fronteira. Muito diferente do que acontece em qualquer lugar onde vá no Brasil — e Colômbia. Por exemplo, o Fluminense treinará no CT do Colón na próxima quarta-feira, local que o atacante argentino conhece bem, mas não guarda saudades: atuou pelo clube em 2011 e não marcou gols.
Aliás, Cano marcou apenas três vezes defendendo clubes argentinos — duas vezes pelo Lanús e uma pelo Chacarita Juniors. Em 2020, concedeu entrevista ao ‘Olé’ e admitiu que a falta de gols em solo hermano é uma impressão que ele gostaria de mudar. Os motivos passam por competir com futuros ídolos, a falta de paciência de alguns treinadores e períodos de difícil adaptação.
Ídolo como concorrente e mentor
A história de Cano na Argentina começa em Lomas de Zamora, bairro onde nasceu. Depois, se mudou para Lanús e seus primeiros passos no futebol aconteceram em um clube infantil em Ezeiza, em La Plata. Quando tinha 9 anos, fez um amistoso contra o Lanús e chamou atenção após marcar quatro gols. Foi convidado para um teste junto ao seu irmão, Julián. Ambos foram aprovados.
Cano na época de Lanús — Foto: Arquivo Pessoal
Vindo de uma família de recursos limitados, Cano acabou ajudando até mesmo em casa. Marina Recalde, sua mãe, passou a trabalhar no clube por alguns anos ajudando nas categorias de base. No entanto, quando foi promovido para o profissional, as coisas não correram como planejado.
Promovido em 2007, fez parte do elenco campeão do Apertura com o Lanús. A estreia porém, só aconteceu no ano seguinte, na vitória sobre o Danubio por 3 a 1, na Libertadores. O problema é que Cano competia por posição com Pepe Sand, hoje um dos maiores ídolos da história do clube. Naturalmente, acabou não tendo espaço. “Não o tiravam nem a força”, brinca o atacante do Fluminense.
— Sabia que as chances seriam poucas nos Lanús. Aos 22, 23 anos, mesmo treinando muito, achei que o melhor era sair, ir para outro lugar, se destacar e ter mais minutos. Pedi permissão e fui para Chacarita, recém-promovido [para a primeira divisão] — contou Cano, ao ‘Olé’.
Cano na época de Chacarita Juniors — Foto: Arquivo Pessoal
Cano até começou bem no novo clube, conseguiu marcar um gol decisivo contra o Racing e teve boas atuações. Mas uma expulsão no meio do caminho gerou desaprovação do treinador, que passou a testá-lo como meio-campo para que Facundo Parra, um dos principais destaques daquela equipe, seguisse como centroavante. Então, passou a ser escanteado com o passar do tempo. Cenário que se repetiu no Colón, anos depois.
Sem mágoas
Ao deixar a Argentina, Cano deu a volta por cima. Brilhou no México, virou ídolo na Colômbia e cativou duas das principais torcidas do Brasil. No Fluminense, é tido como sucessor de Fred para o posto de referência e é a principal esperança para a partida diante do Unión, nesta quinta-feira. Ele afirma que não carrega mágoas de suas passagens pela Argentina.
— Naquele tempo mil coisas passaram pela minha cabeça. Sabia que as chances estavam ficando curtas. Quase não joguei. Achei que a única coisa boa era poder sair do país. Na Argentina eles não me queriam. Eu queria jogar na Primeira Divisão, não na Promoção [segunda divisão]. Quis começar do zero. Não há rancor — conta o atacante.
Média alta no Fluminense
Nos dias atuais, Germán Cano vive excelente fase com a camisa do Fluminense. Com os dois gols marcados na vitória do tricolor por 2 a 1 sobre o Athletico-PR, em Volta Redonda, no último sábado, pelo Campeonato Brasileiro, o argentino aumentou sua média pelo clube: são 15 gols em 30 jogos.
Nos últimos três jogos, Cano balançou as redes quatro vezes. Marcou contra Palmeiras (uma vez), Vila Nova-GO (uma vez) e Athletico-PR (duas vezes). O argentino já tem nove gols a mais que o vice-artilheiro, Jhon Arias, com seis.
O Fluminense é o terceiro colocado do Grupo H da Sul-Americana com sete pontos, um atrás do líder Unión Santa Fe e empatado com o Junior Barranquilla, da Colômbia.
Haciendo el L!!!
Como um casal deve lidar com isso depois de descobrir que seu cônjuge está traindo? Se o marido deve perdoar a esposa pela traição dela é um assunto que vale a pena discutir.