Análise: Fluminense mostra evolução em bom início de trabalho de Fernando Diniz

Time começa o jogo contra o Athetico-PR com muita intensidade, consegue o gol cedo e mostra consistência em não recuar mesmo estando em vantagem na partida no Raulino de Oliveira

A vitória do Fluminense sobre o Athletico-PR por 2 a 1, no último sábado, no Raulino de Oliveira, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, coroa o bom início de trabalho de Fernando Diniz no clube. Mesmo não sendo brilhante, o Flu teve um grande início, com muita intensidade, e soube ser consistente em não recuar estando em vantagem em uma noite de Germán Cano.

Jogadores do Fluminense comemoram gol contra o Athletico-PR — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Jogadores do Fluminense comemoram gol contra o Athletico-PR — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Com três vitórias e um empate em quatro jogos, Fernando Diniz aos poucos vai tentando implementar uma nova forma de atuar no Fluminense. Ainda é muito cedo para tentar avaliar de maneira contundente o trabalho do treinador – até mesmo pelo pouco tempo de treino entre os jogos.

Mas claramente a equipe vem mostrando evolução – seja na parte tática, mental, estratégica e até de comprometimento. E o principal: o treinador parece estar desenvolvendo a habilidade de variar esquemas conforme o confronto, sem morrer abraçado em um estilo de jogo único como no passado.

O gol cedo, antes dos 10 minutos, assim como aconteceu contra o Junior Barranquilla e contra o Vila Nova, vem se tornando uma característica do time no início das partidas principalmente pela intensidade apresentada e a entrega. É visível o quanto o técnico tem cobrado o time, e os jogadores têm correspondido com muito suor.

“O time está treinando e jogando. Quanto mais jogam nessa intensidade, a tendência é que consigam se adaptar à forma de jogar, à forma física. Acredito que o time só vá melhorar”, Diniz

 

Cano, André e Wellington fazem o L em Fluminense x Athletico-PR — Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense FC

Cano, André e Wellington fazem o L em Fluminense x Athletico-PR — Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense FC

Não dá para dizer que houve mágica com apenas uma atividade entre o jogo pela Copa do Brasil, na última quarta-feira, para o deste sábado, pelo Brasileiro. Desta vez, porém, após abrir o placar, o Fluminense não cedeu campo para o Furacão ameaçar e crescer no jogo. Pablo, teve, sim, oportunidades para marcar e até empatar a partida. Algo natural dentro dos 90 minutos de uma partida.

Mas em nenhum momento o Athletico-PR conseguiu jogar com imposição e ser melhor, como aconteceu no Serra Dourada. Yago não comprometeu na função de lateral-direito, com a ausência de Samuel Xavier. Wellington fez grande primeiro tempo, deu assistência para o primeiro gol de Cano e foi para o intervalo como um dos melhores.

No segundo tempo, antes da equipe perder presença ofensiva, Diniz mandou a campo Arias e Willian. As mudanças foram positivas. Os dois entraram bem: Bigode colocou uma bola na trave e participou do segundo gol com um desvio de cabeça, assim como o colombiano, que foi responsável pelo cruzamento que terminou com a bola na rede, após linda conclusão de Cano.

Cano comemora contra o Athletico-PR — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

Cano comemora contra o Athletico-PR — Foto: Thiago Ribeiro / AGIF

E por falar no argentino, como tem corrido o centroavante. Sem dúvidas, um dos jogadores que mais está tendo que se adaptar ao “Dinizismo”. Em quatro jogos com o novo treinador, mesmo ajudando na marcação e tendo que recuar muito quando a equipe não tem a bola, o camisa 14 chegou ao quarto gol neste começo de trabalho do comandante.

“O Cano é um cara que se entrega de corpo e alma pelo que faz. É um homem na acepção da palavra. Tudo que conversa com ele não precisa falar duas vezes, tudo que é acordado. Ele é uma referência como pessoa. Um jogador ótimo e pessoa melhor ainda”, Diniz.

 

– É um dos caras que mais corre no Fluminense e era no Vasco, mas antes de eu chegar era um dos que menos corria. Participa do jogo pegando na bola. Vem, sai da área, vai para um lado, para o canto, e isso não inibe ele de fazer gol. Comigo tem sido assim. Falei para ele: “Quanto mais você participar do jogo, você vai estar lá na hora certa para fazer o gol”. Então, além de fazer gol, ele é fundamental na parte tática no espírito que o time tem que ter.

Se contra o Vila Nova Fernando Diniz se mostrou agitado no vestiário mesmo com a vitória e a classificação, desta vez, mesmo com uma reclamação sobre o gol sofrido no fim que poderia ter sido evitado com mais concentração, o treinador deu indícios de estar satisfeito na coletiva.

– O time evoluiu da partida contra o Vila Nova. Fez dois tempos mais parecidos, não caiu no segundo tempo, em alguns momentos até (aconteceu) o contrário, aumentou a rotação. O ponto negativo é ter tomado gol praticamente no último minuto do jogo, a gente estava com a bola dominada, não precisava acelerar o jogo, forçou um passe sem necessidade, forçou um escanteio, e uma bola baixa… Eu não vi o lance ainda, mas era um gol muito evitável. Mas de maneira geral eu gostei do comportamento da equipe, acho que os jogadores lutaram muito hoje, do começo ao fim, e mereceram a vitória, que foi muito justa.

Com o resultado, o Fluminense subiu para a 11ª posição com oito pontos, empatado com Botafogo e São Paulo, que têm melhores saldo de gols e um jogo a menos. O Tricolor volta a campo pelo Brasileirão no dia 22 de maio, quando visita o Fortaleza às 16h (horário de Brasília) no Castelão. Antes, o time de Diniz joga pela Copa Sul-Americana e enfrenta o Unión Santa Fe na Argentina na próxima quinta-feira, às 19h, pela quinta rodada do Grupo H.

COMPARTILHE
Imagem padrão
andre.luiz
Artigos: 2578