Treinador também comenta episódio em que conversou com torcedores no aeroporto após a derrota para o Olimpia: “Não teve nada comigo, saí tranquilo”
Após o Fluminense superar o Botafogo por 1 a 0, na noite desta segunda-feira, no Estádio Nilton Santos, no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Carioca, o técnico Abel Braga concedeu entrevista coletiva e valorizou os números do time na temporada.
O treinador afirmou que “estaria adorando caso estivesse assistindo à campanha da equipe este ano das arquibancadas”.
“Eu não consigo entender muito a cabeça do jornalista, porque tenho muitos amigos. O que você vai falar de uma campanha dessas? Se eu estivesse na arquibancada eu estaria adorando”
Ao falar sobre o clássico, o técnico Abel disse que “vibrou muito com a vitória” sobre o Botafogo. Segundo o treinador, o Alvinegro soube empregar dificuldades ao Flu na partida.
– Estou jogando com três zagueiros, mas eu estou com três atacantes. Ninguém fala dos três atacantes. Era o Luiz Henrique, hoje foi o Willian, o Arias e o Cano. Essas coisa apaixonada do torcedor temos que respeitar. Eu respeito. Estou muito feliz. Vibrei muito com a vitória, porque o Botafogo veio muito bem armado. Veio arriscando bastante. Posso estar enganado, mas por termos três zagueiros nos 20 primeiros minutos em que o Botafogo tentava sufocar a saída de bola, a presença dos três zagueiros foi importante.
Abel Braga na coletiva do Fluminense — Foto: Mailson Santana/FFC
Abel Braga também comentou o episódio em que foi cobrado por torcedores no aeroporto, na última quinta-feira, na chegada da delegação tricolor ao Rio de Janeiro, logo após a eliminação para o Olimpia na pré-Libertadores.
– Os torcedores foram muito claros comigo. Com tranquilidade e respeito. E eu com respeito também que tenho pela torcida tricolor. Gostaríamos que não ocorresse. Mas eu fui tentar responder algumas perguntas. Se falou muito no problema do Luiz Henrique. Eu não posso me envolver, eu posso dar minha opinião.
– Não teve nada comigo, saí tranquilo, fui pro meu carro, sem qualquer tipo de problema. Se teve antes, eu não vi porque estava no free shop. Depois eu vi que o rapaz que estava fazendo uma manifestação contra o Mário me chamou. Realmente estava tenso o ambiente. Nós não vimos nada, mas o que aconteceu foi com os seguranças.
O treinador falou ainda que entende o sentimento da torcida neste momento, mas fez questão de ressaltar que não falta entrega dos jogadores.
– A gente entende esse momento de ansiedade do torcedor, fomos campeões da Guanabara, mas eles querem mais. É fundamental você apoiar, já teve exemplos de desclassificação, e no fundo a equipe brigou pra não cair de divisão. O apoio é muito importante. Não deu lá, paciência. Aconteceu contra a vontade de todos. Mas os jogadores foram bem dignos, existe uma cumplicidade muito grande entre eles. Isso dá uma satisfação pessoal muito grande. Isso é um jogo de 180 (minutos).
Abel Braga conversa com jogadores do Fluminense — Foto: Mailson Santana/Fluminense
Após vencer o Botafogo por 1 a 0, o Fluminense enfrenta novamente o Alvinegro no próximo domingo, às 16h, para o segundo jogo da semifinal. O Tricolor pode perder por até um gol para se classificar à final do Campeonato Carioca contra o Flamengo.
Confira outras respostas do treinador
Mudanças na equipe
– Nós tínhamos uma equipe considerada titular, que mais jogou. Mas em todas as oportunidades os jogadores que entraram fizeram a diferença. Hoje não foi diferente. No primeiro tempo trabalhamos a bola entre os zagueiros até para cansarem um pouco. Os atacantes do Botafogo são difíceis de serem marcados. Chega um momento em que você que está pesado do lado de lá e pesado do meu lado. O Botafogo teve uma oportunidade de gol em uma cabeçada que o Marcos defendeu. Acho que o legal é isso. Foi mais um clássico. O presidente foi muito feliz lá agora na roda. Ele falou com os jogadores.
– Todos sentíamos que existia a tristeza pelo que ocorreu no Paraguai. Eu mesmo fiquei surpreendido ontem e anteontem, eu falei (com os jogadores): eu me senti incapaz de mudar a cabeça de vocês. Mas no fundo eles mudaram. Eles batalham muito. Não é à toa, estamos no mês de março, e nenhuma equipe fez 16 jogos com 13 vitórias, duas derrotas e um empate, com cinco gols sofridos. Aí você pensa naquela sequência e foi acontecer no jogo que não gostaríamos. Depois o incidente do aeroporto. Estou contente, pois quem entrou resolveu mais uma vez.
Abel Braga no jogo contra o Botafogo — Foto: André Durão
Escolha por Manoel
– No empate com o Boavista, o Ferraz fez volante. O Manoel justamente por isso… de repente, eu não precisava mexer, poderia subir o Manoel mais pro meio. Achei que tinha um desgaste do Martinelli. Pra nossa alegria, o Nonato entrou muito bem. Eu quero achar o melhor. Depois que entra, dois, três, o time melhora. Nós trabalhamos em um grupo com 28 jogadores. E por aí vai.
Escolhas por meias no segundo tempo
– Você falou do Ganso, mas o Nonato entrou muito bem, o Yago entrou muito bem… Mas você fala de um jogador que não entrou (o Nathan). Esse jogo é bem complexo. É muito difícil. E esse negócio que virou da moda, de marcar alto, marcar baixo, propor o jogo… O meu time que não é considerado titular ele propõe muito mais o jogo do que o time titular, mas o time titular é muito mais seguro. Então, tem jogos que vão jogar um grupo de jogadores diferentes e outros, não. Eu não consigo entender muito a cabeça do jornalista, porque tenho muitos amigos. O que você vai falar de uma campanha dessas? Se eu estivesse na arquibancada eu estaria adorando.
Não resta dúvida que estamos gostando, mas sofrendo muito!!!